Wednesday, March 2, 2011

Há um ano atrás...

...o Coldplay se apresentou no Morumbi, em São Paulo; foi também o dia em que Chris Martin fez 33 anos - hoje com 34.



Lembro muito bem que combinei com um pessoal de Campinas (Travel Will) pelo orkut para ir ao
show (foram lotados 3 ônibus), e o ponto de encontro foi em frente à prefeitura da cidade. Dali da caravana não conhecia ninguém, a não ser o Matheus, organizador da viagem - quem, se eu não estou enganado, vestia uma camiseta dos Beatles.

No ônibus fiquei meio isolado, nem conversei com ninguém (não sou anti-social; antes eu diria como Morrissey em "How soon is now?": "I am the son and the heir of a shyness that is criminally vulgar"). Dormi um pouco durante a viagem, e depois fiquei observando a paisagem pela janela.

Em compensação, sabendo que Mariana, uma colega de Sumaré que conheci no show do Keane em 2009, também iria, marquei de encontrá-la no estádio.




Chegando por volta das 4 horas da tarde (não me lembro bem), os ônibus foram estacionados em frente ao Shopping Butantã. De lá, tivemos que andar toda a Av. Jorge João Saad, até chegar ao Morumbi (ô caminhada longa!). O Shopping fica super perto do estádio, levando em consideração o tamanho da cidade. Acontece que em São Paulo, o "perto" fica longe, e o longe fica "muito, mas muito longe!". (creio que o percurso tenha levado uns 20 minutos)

Bom, estando lá, em frente ao estádio, já se imaginava o mundaréu de gente, carros indo e vindo trazendo pessoas, gente vendendo camisetas e até ingressos, filas para a entrada, etc... Fiquei procurando o portão ao qual iria entrar (Arquibancada Azul), e todo o pessoal da caravana que acompanhei durante a caminhada - cadê? Dissolveu-se na multidão. Fiquei, então, completamente sozinho.


Não por muito tempo. Logo que encontrei o portão para a Arquibancada Azul, lá estava ela - Mariana - me esperando, junto de sua amiga. Foi muito cordial de sua parte, tive uma recepção muito amistosa.


Ao escolher nossos assentos, as arquibancadas ainda estavam praticamente vazias. Ao som de Brian Eno e outras músicas viajantes, conversamos sobre bandas, gostos de música, entre outras coisas.




Num determinado momento, o pessoal da pista-vip parecia presenciar alguém importante ao seu redor; diziam que era o Luciano Huck. Como estávamos muito longe, não foi possível saber de certo, mas depois pude confirmar: ele havia feito uma espécie de gincana no meio da galera.

O tempo em São Paulo estava úmido e ligeiramente frio, por volta de uns 18°C. Uma temperatura até agradável e apropriada para um show do Coldplay. E embora estivesse nublado, não choveu. Ainda bem.




Não tenho muito a dizer sobre a primeira banda de abertura, Vanguart. Lembro que curti algumas das músicas que tocaram, mas não achei nada de extraordinário. O som estava um pouco estranho - e isso se tornou assunto na comunidade do orkut. Quem estava na Arquibancada Azul pôde perceber uma certa ausência de frequências mais altas. E acontecia de um jeito como se tais frequências saíssem e voltassem periodicamente. Pelo menos foi essa a impressão que eu tive.


Esse foi um problema que, infelizmente, perdurou toda a noite. Já de acordo com quem estava na pista, esta diferença não foi notada. Dizem que lá o som estava perfeito.


Era noite quando, depois de alguns minutos (devia ser umas 8 horas), Bat For Lashes se apresentou. Natasha Khan - este é o seu nome - é, de fato, uma garota muito talentosa, tem uma voz peculiar e uma ótima atuação em palco. Eu já havia conferido alguns de seus clipes no YouTube, e muito me agradou saber que ela seria a artista que abriria o show do Coldplay, embora pudesse ter sido o Snow Patrol ou The Flaming Lips, como em algumas das ocasiões em sua turnê pela Europa e os EUA. Mas enfim, foi uma ótima escolha.

Sua apresentação deve ter durado uns 40 minutos, acredito. E esperamos praticamente uma hora. Destaco o momento em que tocou Magnificent, do U2. Muita gente nessa hora vibrou (eu, por exemplo). Outro detalhe curioso era como o estádio lotou naquele intervalo de tempo. Até o show da Bat For Lashes, não havia muita gente - ouso dizer que não havia a metade do público que compareceu ao show - mais de 60 mil pessoas. E, no entanto, os assentos da arquibancada foram rapidamente preenchidos, e o espaço da pista ocupado.




Como costumavam fazer nos shows daquela turnê, precediam a introdução com a valsa "Danúbio Azul", de Strauss. Logo que começou a tocar, avisei a Mariana: agora o show vai começar de verdade. E de fato, após tocar um trecho da canção, as luzes se apagaram, e então se pôde ouvir os primeiros acordes de Life In Technicolor, com aquele fade-in.


Destaques:


A sequência Clocks, In My Place e Yellow logo no início da apresentação foi de tirar o fôlego. Após In My Place, houve uma primeira tentativa de cantar "happy birthday" para o Chris. Não ficou bem claro se ele entendeu o recado àquela hora, visto que prosseguiram com o show sem demonstrar qualquer sinal de surpresa, mas o recado seria dado mais tarde não só pelo público, mas como por toda a banda.


Em Yellow, foram lançados diversos balões amarelos, que vagaram por aquele mar de gente. Assim que a música terminou, Chris continuou no violão, pedindo ao público que o acompanhasse. mais de 60 mil pessoas então cantaram: "look at the stars, look how they shine for you..." Magnífico.

Fix You ao vivo foi outro momento marcante, momento que muitos fãs aguardaram. O Morumbi inteiro a cantou, principalmente no refrão, a parte mais forte. Eu havia pensado comigo mesmo quando ouvira LeftRightLeftRightLeft: deve ser insano presenciar uma cena como essa, milhares de pessoas cantando juntas: "lights will guide you home and ignite your bones, I will try to fix you". E foi mesmo, exatamente como imaginei.

Detalhe: nessa hora eu até passei mal. Meu estômago quase queimou (sei lá por que) e minha cabeça passou a latejar insuportavelmente, algo muito frustrante pra quem está tendo seu momento de euforia. Só fui me recuperar perto do final do show (tsc!).



Em dois momentos, os quatro integrantes, "a la U2", se dirigiram a um mini-palco no meio da multidão. O primeiro palco se situava um pouco à frente, na área da pista-vip. Lá executaram versões alternativas das canções Talk e God Put A Smile Upon Your Face. Já o segundo ficou num trecho da área da pista normal, do lado da Arquibancada Vermelha (eu estava do lado oposto). Lá, executaram algumas canções como Don Quixote - ainda inédita - e uma das canções preferidas dos fãs brasileiros: Shiver. Lá também prestaram, finalmente, a homenagem ao Chris, que, como já disse, estava fazendo aniversário naquele dia. Em seguida, Will Champion cantou a música Death Will Never Conquer Me, como no LRLRL.

Mas o ápice mesmo foi antes: a sequência The Hardest Part/Postcards From Faraway (versão que achei excelente no LRLRL) seguida de Viva La Vida, o momento mais esperado da noite. A melancolia e intensidade das primeiras canções com o Chris ao piano são ímpares; o coral da última, então, é uma das
melhores coisas que o Coldplay já fez. Ouvir mais de 60 mil pessoas cantando aquele coral é algo inexplicável. LRLRL dá uma boa noção disso. Viver aquela mesma experiência ao vivo, então, é sem palavras.



Enfim, o post ficou um pouco longo (peço perdão ao leitor), mas gostaria de fazer mais dois destaques: em Lovers In Japan, deve ter sido muito bacana assistir de perto o Chris cantar com aquela sombrinha à moda japonesa, com todas aquelas borboletas de papel sendo lançadas ao ar, por boa parte da pista. Assisti de longe, mas dever ter sido mesmo um espetáculo.



E é claro, o show de fogos de artifício no encerramento, ao som de Life In Technicolor II. Naquele mesmo instante, eu já estava sentindo saudades, imaginando como tudo passara tão rápido. E como passara! Agora já faz um ano...

Como lembrança, restou-me um CD do LRLRL, um grande presente que servirá de memória a um de meus melhores dias.

1 comment:

  1. Eu também fui! Até hoje me lembro desse show, foi incrível, no segundo palco eu os vi de pertinho, e Shiver me fez ter arrepios, HUAHUAHUAHU.
    Muito legal fazer o post quando completou um ano, eu também lembrei.
    Fiz um posto no meu blog uns dias depois do show, e tem uma foto deles de pertinho, quando o Will começou a puxar o "Parabéns".
    http://petroleofuturo.blogspot.com/2010/03/show-coldplay-020310.html

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