Friday, April 8, 2011

The National - Brasil 2011: eu fui!


Eis a banda de rock que agora estará entre as minhas favoritas: The National. Sempre tive uma queda por rock britânico: desde os clássicos - The Beatles, Pink Floyd, Led Zeppelin, Queen - ao britpop e derivados - Oasis, Radiohead, The Verve, Travis, Coldplay, e por aí vai.

Isto não significa, no entanto, que nos EUA não haja rock que me agrade. Longe disso. Lá também há muita coisa interessante. E a mais interessante que achei recentemente foi justamente esta banda, que já tem uma década de carreira, mas que só vem ganhando a notoriedade que merece atualmente.

Seus dois últimos álbuns (Boxer e High Violet) são excelentes - os meus preferidos. Aconselho a qualquer amante da música - e do rock, em especial - a ouvi-los. Ambos foram muito bem recebidos por críticos, como o Pitchfork, The Guardian e The Times. Aqui no Brasil, o seu público ainda é muito pequeno, mas tem crescido bastante devido à maior divulgação de seus trabalhos pela mídia convencional.

Matt Berninger (foto por Jorge Rosenberg/iG)

Como tantos outros artistas, esta foi mais uma banda indicada por um amigo chamado Bruno. Ele sempre esteve interessado em descobrir coisas novas, artistas pouco conhecidos, estilos mais alternativos. Quando soube, então, da notícia de que voltariam ao Brasil para fazer algumas apresentações, logo me comunicou. E decidimos, sem parcimônia, ir ao seu show em SP.

Um dos baratos de participar desses eventos é conhecer gente nova e interessante, que além de compartilhar gostos comuns, também nos mostra algo novo. Foi o caso de Paulo, um estudante de mestrado na Unicamp em Engenharia Mecânica, um veterano ouvinte de The National, que conheceu a banda em sua fase inicial. Disse ele que tinha preferência pelos primeiros trabalhos do grupo. Foi então que ponderei: ele deve ter conhecido a banda bem antes de nós. Conheci The National não faz nem um ano.

Scott Devendorf (foto por Jorge Rosenberg/iG)

Paulo também curtia alguns artistas mais improváveis, mas também de nosso conhecimento, como Camera Obscura, Brian Jonestown Massacre e Dean & Britta. Sobre este último, disse também estar interessado em ir ao show que farão na semana que vem (14 e 15 de abril), embora não soubesse muito bem como faria para voltar para casa - o mesmo dilema nosso.

Paulo também foi ao show do Radiohead em 2009 na Chácara do Jóquei.

Pois é, o mundo é pequeno. Tanto que, Gabriel, que também estava conosco na viagem, foi ao show do Coldplay no ano passado (leia também o post sobre o show). Ele e Bianca, quem organizou a van para o show, conhecem o Matheus. Sim, o mesmo Matheus que organizou os três ônibus para o show do Coldplay. Ele não foi porque havia viajado para o Chile para participar do festival Lollapalooza, onde The National também se apresentou.

Ainda vou escrever uma resenha sobre o High Violet, seu álbum mais recente.

Aaron Dessner (foto por Jorge Rosenberg/iG)

Quanto à apresentação, poderia dizer que foi ótima, do começo ao fim. Aliás, devo admitir que gostei muito do ambiente - Citibank Hall. Sua acústica não decepcionou nem um pouco. E para quem procura evitar multidões e apertos, este parece ser um lugar ideal. É verdade que a casa não chegou a lotar - nas extremidades havia fácil circulação. Os degraus, com os diferentes níveis de altura, no entanto, tiveram muito o meu apreço. Não sou baixo, mas não sou alto. E aquela foi uma ótima opção para quem teve dificuldade de enxergar o palco.

O local é pequeno, até se comparado com o Credicard Hall, onde já fui três vezes. E locais pequenos têm suas vantagens; ali, pude aproveitá-las. Poderia até ter me aproximado da banda, mas preferi ficar onde estava, quase nos fundos. E valeu a pena.

De High Violet, tocaram todas, com exceção de Lemonworld, que também é uma ótima canção.

Bryce Dessner (foto por Jorge Rosenberg/iG)

O início já foi quente, mesmo com uma música lenta, Runaway. A receptividade do público foi calorosa; boa parte do pessoal já conhecia as letras das músicas. Eu fui acompanhando as partes que lembrava: "what makes you think I'm enjoying being led to the flood? We got another thing coming undone..."

Ora, a paixão e alegria do brasileiro são conhecidas de todos. Não foi à toa que Matt (vocalista) disse em certo momento: "vocês são bem mais barulhentos que os norte-americanos. Até parece que somos o Kings of Leon."

A segunda canção foi Anyone's Ghost. O jogo de luzes corroboraram com o ambiente sombrio da canção. Esta era a única música cuja letra eu sabia de cor (acontece que eu e o Bruno uma vez a escolhemos para um repertório). Quanto às demais, fui decorando o que pude lendo os refrões e as frases mais fáceis, além daquilo que a gente já memoriza só de ouvido.

Bryan Devendorf (foto por Jorge Rosenberg/iG)

Veio então Mistaken For Strangers, uma música mais agitada. Ela tem uma pegada bem post-punk e me faz lembrar muito o Interpol. Do Boxer, é uma das minhas preferidas.

Deixarei este link para quem quiser conferir o vídeo destas três primeiras canções, filmado e editado por Marcelo Ramos, do UOL.

Destaques:

Poderia simplesmente citar as canções que mais gosto da banda - com exceção de Green Gloves e Brainy, ambas do Boxer. Até Little Faith, que achei que não estaria no repertório, foi escolhida. Enfim, foi um banquete. E curti muito ter ouvido todas elas no show.


foto por Teco

Dois momentos posso dizer que foram inusitados: quando no bis, ao tocarem Mr November, do Alligator, Matt foi para o meio da plateia e lá ficou até o fim da canção; e a última música, Vanderlyle Crybaby Geeks, quando desplugaram os instrumentos (assista aqui o vídeo gravado por Teco). Os irmãos gêmeos Aaron e Bryce Desner trocaram as guitarras por violões, e a dupla de metais tocaram os seus instrumentos naturalmente. É claro, Matt, cantou somente com a voz, sem microfone algum. A plateia formou um coral que o acompanhava. Tirando o chiado de alguns que pediam silêncio, foi perfeito. Um magnífico desfecho para o show.

Setlist:

01. "Runaway"
02. "Anyone's Ghost"
03. "Mistaken for Strangers"
04. "Secret Meeting"
05. "Bloodbuzz Ohio"
06. "Slow Show"
07. "Squalor Victoria"
08. "Afraid of Everyone"
09. "Conversation 16"
10. "Little Faith"
11. "Abel"
12. "Sorrow"
13. "Apartment Story"
14. "Daughter of the Soho Riots"
15. "England"
16. "Fake Empire"

Bis

17. "Wasp Nest"
18. "Mr. November"
19. "Terrible Love"
20. "About Today"
21. "Vanderlyle Crybaby Geeks"

Detalhe: ao sair do Citibank Hall, encontramos Bianca ao lado da bilheteria, que carregava nas mãos nada mais que o setlist do concerto - um grande souvenir de uma noite inesquecível.

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