Wednesday, February 23, 2011

Album Review #2

Album: Forth
Artista: The Verve
Ano:
2008

Selo:
Parlophone

Nota:
9,40

Pontuação:
94


Oito anos depois de separados, os ingleses de Wigan resolveram se reunir mais uma vez em sua formação original para lançarem seu quarto álbum. Ouso dizer que Forth é tão bom quanto o Urban Hymns. Muitos discordam, como a AllMusic e o Pitchfork, mas essa é a minha opinião.


Em Urban Hymns, The Verve foi capaz de traduzir sua psicodelia para uma linguagem mais acessível, mais pop, sem perder o ímpeto e o vigor de A Northern Soul, nem a construção dos sons paisagísticos e as texturas oníricas de A Storm In Heaven. Em Forth, o ouvinte pode encontrar tudo isso, e num estágio ainda mais avançado, eu diria. Em todo seu curso, o álbum se mostra mais experimental que o antecessor, mas sem perder a consistência.

Tuesday, February 22, 2011

Anime Opening #2 - Serial Experiments Lain

Bôa - Duvet (Nota: 10)




Bôa (obviamente não é a cantora coreana) é o nome da banda dos filhos de Paul Rodgers, Jasmine e Steve Rodgers, com Alex Caird e Lee Sullivan, filho de Terry Sullivan, baterista do Renaiscence (já escrevi uma resenha sobre o álbum Get There e pretendo repostá-la em breve). Britânicos, seu som remete um tanto ao britpop, em alta em meados dos anos 90, quando o grupo surgiu.


Alex, Lee, o pai Paul e os irmãos Steve e Jasmine

Saturday, February 19, 2011

Deviant do Dia – hellobaby


Quem será hellobaby?


Pelo estilo e comportamento, há de se concluir que seja uma mulher. Sua origem é desconhecida, embora eu deduza que ela não seja de um país onde se fala inglês, já que os erros em suas mensagens são um tanto frequentes. Ora, quem tem um contato razoável com a língua consegue perceber quando alguém a domina. Ela não é o caso.

Friday, February 18, 2011

Traduções Livres II

Vivendo e aprendendo

Voltei para casa pela manhã e tudo se perdeu.
Deus, o que é que eu fiz?
Caí como um morto no corredor,
Amaldiçoando aquela aurora.
Ora, Sol, por que é que eu tenho que me dar mal?
Só estou tentando aprender!

Olhei para a luz a fim de aliviar um pouco a dor.
Foi tudo em vão, porque nada senti
A não ser uma dor em meu corpo
E um arrependimento na alma,
Mas vou ficar bem,

Porque estou vivendo e aprendendo.
Sim, estou vivendo e aprendendo.
Se viver, vai aprender.
Estou vivendo e aprendendo.

Wednesday, February 9, 2011

Timbres Nacionais: Columbia - Tóquio

Estamos a um mês do Carnaval, e lembro que há pouco mais de um ano, tive o prazer de receber o convite da banda Columbia no MySpace para assistir ao seu novo clipe: Tóquio. A composição parece tratar de uma situação do tipo “peixe fora d'água”. É uma ideia que fica bem clara no vídeo.



Monday, February 7, 2011

Album Review #1



Álbum:
Achtung Baby

Artista: U2
Ano: 1991
Selo: Island
Nota: 9,10
Pontuação: 107



Depois do sucesso de The Joshua Tree, a banda inicia a década de 90 com mais uma obra-prima: Achtung Baby. Diferente dos trabalhos anteriores, os irlandeses decidem inovar mais uma vez e reinventar o seu som, abrindo um leque de novas possibilidades para esse gênero tão difundido que é o rock. Aqui eles aderem a um approach mais dançante - presente em boa parte das canções, mas sem perder a essência - e desenvolvem uma sonoridade que, mesmo depois de vinte anos, ainda permanece rica e fresca aos ouvidos. Se com The Joshua Tree o U2 consolidou seu lugar entre as grandes bandas de rock da época, com Achtung Baby eles garantiram a sua permanência, servindo de exemplo e influência para artistas e bandas posteriores.



Notas Individuais das Canções:


08 - Zoo Station
09 - Even Better Than The Real Thing
10 - One
10 - Until The End Of The World
08 - Who's Gonna Ride Your Wild Horses?
08 - So Cruel
09 - The Fly
10 - Mysterious Ways
09 - Tryin' To Throw Your Arms Around The World
10 - Ultra Violet (Light My Way)
08 - Acrobat
08 - Love Is Blindness



Quem está acostumado com o famoso U2 de The Unforgettable Fire e The Joshua Tree, com seus grandes hits dos anos 80, vai estranhar a introdução deste álbum. Pode-se dizer inclusive que a primeira faixa, Zoo Station, não parece nada com U2; a voz de Bono, revestida de um efeito que remete aos timbres de walkie-talkie, está quase irreconhecível. O arranjo musical incorpora uma abordagem bem alternativa, decorada de sons eletrônicos. Somente a guitarra de The Edge, após segundos de música, deixa a sua marca com aquele timbre inconfundível.


Os fãs mais conservadores podem não ter gostado do que ouviram pela primeira vez. Mas essa deve ter sido a intenção: confundir, causar impacto, controvérsia. Foi uma forma muito inteligente de iniciar Achtung Baby, bastante conceitual, plena de significado. "I'm ready for the gridlock, I'm ready to take it to the street..."


A segunda canção é mais acessível. Even Better Than The Real Thing tem um quê de blues, tanto na melodia quanto em seu conteúdo lírico: "you're the real thing, even better than the real thing..." É sim, bem sensual, cativante, enérgica, com um riff de introdução que não tem nada a ver com blues; aliás, é mais uma das genialidades de The Edge, que faz uma guitarra soar diferente de qualquer outra coisa.



Em seguida, aquela que pode ser considerada a melhor composição da banda e uma das melhores canções dos últimos 50 anos: One. Não quero me precipitar a fazer afirmações exageradas, nem negligenciar o talento de tantos artistas e poetas que existem no mundo do rock, mas posso dizer com convicção que aqui Bono conseguiu expressar com muita persuasão e sentimento a dor de alguém que sofre de um amor desgastado, que caminha às ruínas.

Muitos simpatizaram com esta música porque ela retrata a realidade de muitas pessoas quando assumem um relacionamento, e ela vai direto ao ponto. A melodia é magnífica. Quando os seus primeiros acordes foram criados, a banda passava por momentos difíceis, e ela teve o poder de reunir os integrantes e recuperar suas energias para a criação de um novo álbum. Enfim, One acabou se tornando um hino da década de 90.



Until The End Of The World
, ao meu ver, deveria ser a terceira faixa do álbum, ao invés da quarta. Motivo: ela é uma ótima companhia para Even Better Than The Real Thing pelo seu ritmo e brilho. A letra, no entanto, não é como a última: ao invés de deificar a amada, dizendo que é "melhor até que o real", faz uma crítica a ela, que vive a vida como se fosse "o fim do mundo". O trabalho de The Edge aqui é de dar inveja; é difícil ouvir suas linhas e não fazer aquela contemplação. É uma viagem emocionante, uma experiência memorável.


Só não entendo uma coisa: não vejo os caras executando esta música em seu tom original. E não é nenhuma tarefa difícil para Bono, como seria em Bad ou Pride (In The Name Of Love). No entanto, todas as performances que vi dessa música (que não são poucas) estão com o tom modificado. Penso eu que aquele riff de introdução não fica melhor do que em Mi maior, e a melodia baseada na escala harmônica de Ré maior, pois é o que dá consistência a ela. Esta é a minha sincera opinião.


Who's Gonna Ride Your Wild Horses?
é uma canção muito agradável, remete mais à sonoridade familiar de The Joshua Tree, e formaria um par mais interessante com One se esta fosse a quarta faixa. O tema é bem apropriado, descreve a amada como um enigma, um "cavalo selvagem" e um "mar profundo". "You're dangerous, because you're honest...you're dangerous, you don't know what you want."


Só um único puxão de orelha: fade-out no final. Não sou fã de fade-out, embora eu ache que em algumas ocasiões ele funciona bem, como é o caso de Bad. Aquele é um fade-out bem aplicado, pois àquela altura já se sabe que a música está em seu fim. Em Wild Horses, no entanto, ele aparece subitamente, quando Bono ainda começa a repetir o refrão. Nem tudo é perfeito. OBS: gostei mais da versão do vídeo, cujo link está na lista acima.



So Cruel dá continuidade à sessão "romântica" do álbum (daí eu mais uma vez frisar que One deveria ser a quarta canção ao invés da terceira, porque ela seria a introdução perfeita para essa sessão). Aqui, o eu-lírico é maltratado pela amada, que parece ter o comportamento de uma sereia, que seduz o homem para depois castigá-lo: "Her skin is pale like God's only dove, screams like an angel for your love, then she makes you watch her from above, and you need her like a drug." A melodia, ainda que lenta, é profunda, com destaque no arranjo de cordas, que cria um ambiente ainda mais dramático. Somente uma alfinetada: o flanger na bateria me incomodou um pouco.


The Fly, embora fale de amor, é mais enérgica, de ritmo pulsante e um riff épico, orientado por delays e wah-wahs. Ela tem a força do rock and roll, embora não soe exatamente como o rock and roll, e sendo composição do U2, é diferente de tudo o que fizeram antes, seja pela maestria e inovação de The Edge, seja pela abordagem alternativa que Bono mais uma vez assume em sua melodia vocal, que ao invés de explorar as notas altas de seu amplo campo de alcance, permanece em seus timbres mais graves.

Meu trecho preferido: "Every artist is a cannibal, every poet is a thief, all kill their inspiration and then sing about the grief." Uma confissão sincera e realista. Se nos tempos em que esta composição surgiu já era difícil um músico soar 100% original, nos dias de hoje então parece uma tarefa praticamente impossível de se realizar. No entanto, não basta somente fazer algo diferente do convencional; se a música não for consistente e persuadir os ouvidos, todo esforço será em vão.



A próxima faixa é Mysterious Ways. Se você já se perguntou uma vez se é possível dançar U2, esta canção é a melhor resposta. A bateria, o baixo, a guitarra com seu flanger, todo o arranjo sabiamente construído com a intenção de fazer o corpo se mexer; um convite perfeito. A letra é uma poesia cheia de prosopopeias.


OBS: a esta altura, já fica fácil de entender por que The Edge é tão admirado e considerado um dos guitarristas mais inventivos da atualidade. Digam o que quiser os admiradores de semifusas, The Edge não se preocupa com rapidez ou complexidade. A sua única preocupação é a melodia como um todo e o que ele pode fazer para enriquecê-la. Tudo é válido. Conseguir muito com pouco, é o que ele faz - e sabe fazer muito bem.



Tryin' To Throw Your Arms Around The World
é subestimada, ao meu ver. Não fizeram dela um single, mas vejo nela facilmente um hit. Talvez seja até esse o motivo, sua acessibilidade. A banda queria dos singles algo mais ousado para fazer frente à nova obra. É uma canção que foge do padrão de seus últimos trabalhos, como quase todas as outras aqui, e foi uma fórmula que funcionou bem (ou não tão bem por ter sido ofuscada pelo brilho das demais). Mesmo assim, merece estar no álbum pela qualidade que lhe é inerente.



Enfim Ultra Violet (Light My Way). Quem já assistiu ao filme Click, conhece esta música, com aquele verso que Bono repete tantas vezes: "baby, baby, baby, light my way". Estranho, depois de tanto tempo, eles resolveram executá-la novamente na turnê U2 360°. Não entendo o motivo de sua omissão, uma vez que considero Ultra Violet tão forte como Where The Strees Have No Name ou Pride (In The Name Of Love). Sua letra pode não ter o mesmo impacto, mas sua melodia é soberba, uma das melhores coisas que eles já fizeram.



As duas últimas canções têm uma abordagem mais sombria. Acrobat me parece um nome adequado para a faixa, seja pelo ritmo cadenciado de 6/8, com a bateria peculiar de Larry (a qual muito aprecio, por ter uma certa identidade), seja pelos trocadilhos inteligentes nos versos. Love Is Blindness é lenta, um tanto soturna e também há uma ênfase maior em sua mensagem. É contemplativa; seu objetivo principal é a reflexão.

OBS: Este post foi republicado.

Veja também:

Album Review #2 - Forth (The Verve)
Album Review #3 - Get There (Boa)
Album Review #4 - High Violet (The National)
Album Review #5 - Bloodflowers (The Cure)
Album Review #6 - The Bends (Radiohead)

Sunday, February 6, 2011

Anime Ending #1 - Beck

Meister - My World Down (Nota: 9)


E esse Meister? Quem é ele? Meister, na verdade, é Ryo Matsui, guitarrista, ou melhor, ex-guitarrista do grupo japonês The Brilliant Green (abaixo), que, a propósito, recomendo aos fãs de J-Rock (acontece que ele deixou a banda recentemente).



Saturday, February 5, 2011

Deviant do dia - ELENADUDINA


El Valle Prohibido - ELENADUDINA

Fotomanipulação é uma técnica comum de se ver no deviantART, e para exemplificar como este tipo de técnica pode dar resultados significativos em um trabalho, escolhi uma das minhas artistas preferidas do ramo: ELENADUDINA.

Espanhola, super simpática e calorosa, desde que comecei a acompanhar seus trabalhos e comentá-los, ela tem me respondido com muita atenção e carinho. Recebeu do Deviant Awards o prêmio de melhor fotomanipuladora dos anos 2009 e 2010,em votação popular. Está escrito em sua medalha, que pode ser vista em seu perfil: "The Deviant Awards 2009-2010 - Recognition from the community: ELENADUDINA, best photo manipulator."

Friday, February 4, 2011

Anime Dreams 2011 - Eu fui!


E adivinhe: em que dia eu fui? No domingo, é claro!

Como a maioria das caravanas do interior. Se você também foi e viu um cara vestindo uma camiseta do deviantART, então você me viu. Se assistiu ao final da apresentação Animekê Livre do dia, deve ter visto o mesmo cara cantar Closer, do Inoue Joe (4º tema de abertura de Naruto Shippuuden).

Thursday, February 3, 2011

Traduções Livres I

Coisas que eu não entendo

A maneira como as ondas controlam o mar,
E aquilo que eu venho a ser,

Como coisas pequenas podem escapar de nossas mãos;


Como as pessoas mudam com frequência,

Dois não permanecem os mesmos,

Por que nem sempre tudo acaba como se planeja;


São coisas que eu não entendo.

Estas são coisas que eu não entendo.


Não sei escolher

O certo do errado,

O dia da noite,

A luz da escuridão;


Mas eu amo, amo esta vida.


Tuesday, February 1, 2011

Anime Opening #1 - Ergo Proxy

Monoral - Kiri (Nota: 10)



Monoral é uma banda de rock japonesa (mas que canta em inglês), criada em 2001 e contratada pela Sony Music Japan. Seus integrantes são Anis Shimada (vocalista e guitarrista, na foto abaixo, à direita) e Ali Morizumi (guitarrista e baixista, à esquerda). O curioso desta banda é a exótica mistura que compõe os seus membros: Anis é mestiço de japonês e marroquino (!!) e sabe falar inglês, japonês, francês e árabe (!!!). Nasceu em Londres e cresceu na França. Já Ali é mestiço de japonês e americano (uma mistura mais comum) e cresceu em Tóquio. É fluente no inglês e no japonês, e foi VJ na MTV Japan, onde conheceu Anis.




Deviant do Dia – BenHeine

Pencil vs Camera - 46, por BenHeine

Este é um artista e fotógrafo belga, famoso pela série Pencil vs Camera (lápis vs câmera), na qual se tira a foto de um determinado objeto, pessoa ou paisagem, e um desenho é acrescentado, como se este fizesse parte do próprio cenário ou da foto. Seus trabalhos quase sempre recebem destaque no deviantART pela alta qualidade. É um dos meus artistas favoritos.